Quando a Canha Bebeu (Romance do Osmar Louco) letra

Domador destes bem quistos
Afamado pelo pago
Pero ganas lhe sobravam
De golpear um trago largo

Aquele que acusou
Não entendeu o motivo
Dos que se alegram na canha
E depois perdem o estrivo

Sobravam pingos de lei
Que o mulato domou
Mas o potro coração
Este, por sina aporreou

Então comprava alegria
Destas que saem baratas
E se encontram nos balcões
Por quase nada de plata

Assim sem se dar por conta
O vício amadureceu
De tanto beber a canha
Um dia a canha o bebeu

Foi fácil encontrar entrada
Por seus desgostos na vida
Mas depois que pegou gosto
Não encontrou a saída

Pobre mulato, borracho!
Perdido num garrafão
A coragem é pra poucos
Pra falar do coração

O apreço todo, que tinha
Escorreu pelo ladrão
Quando a canha lhe bebeu
Perdeu sua honra e razão!

Guto Gonzalez - Letras

• A Cerca e a Cruz
• Aguaceiro
• Ao Cavalo Crioulo
• Aquarela Aporreada
• Bem Antes da Hora
• Canto Terra
• Coplas Pra Uma Safra de Esquila
• Crenças de Antigamente
• Das Baldas Dum Baio Ruano
• De Novo Larguei Pra Vila
• De Porteira Escancarada (Abigeatário da Vila)
• Dois Luzeiros
• Domero Livre Na Pampa
• Dos Afastados do Mundo
• El Día de Yerra
• Encomendando Um Bucal
• Escola de Andarilho
• Eu e o Campo
• Feiticeira
• Filosofia de Taura
• Final de Esquila
• General Galo Lisário
• Milonga Dos Ancestrais
• Na Casa dos Amarante
• No Dente Dos Ovelheiros
• No Invernadão Das Poliangas
• No Mais Crioulo Sentido
• Ofício Posteiro
• Olhos de Tigra
• Pra Carregar a Querência
• Quando a Canha Bebeu (Romance do Osmar Louco)
• Quando Escapou Meu Pealo
• Senhor do Arreio
• Temporona São Miguel